Como quando do mar tempestuoso/
O marinheiro todo trabalhado,/
De um naufrágio cruel saindo a nado,/
Só de ouvir falar nele está medroso;/
Firme jura que o vê-lo bonançoso/
Do seu lar o não tire sossegado;/
Mas esquecido já do horror passado,/
Dele a fiar se torna cobiçoso;/
Assi, Senhora, eu que da tormenta/
De vossa vista fujo, por salvar-me,/
Jurando de não mais em outra ver-me;/
Com a alma que de vós nunca se ausenta,/
Me torno, por cobiça de ganhar-me,/
Onde estive tão perto de perder-me./
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