Na informática científica moderna - cuja base repousa sobre a lógica binária (0 ou 1) - emergiu o paradigma quântico, cuja essência reside no qubit: unidade que, simultaneamente, está em múltiplos estados (superposição) e conecta-se a outros qubits via entrelaçamento quântico (quantum entanglement). “É uma ruptura epistemológica”: o determinismo clássico dá lugar à indeterminação controlada, e conceitos como tempo e causalidade tornam-se paradoxalmente flexíveis. Em face disso, algoritmos quânticos (p. ex., Shor, Grover) desafiam a segurança digital tradicional, ameaçando protocolos baseados em problemas “inanexáveis” à computação clássica. A computação quântica impõe - para além do meramente técnico - uma revisão profunda das categorias informacionais, da “realidade computável” e da própria noção de conhecimento (episteme) na era digital.