eng
competition

Text Practice Mode

Grão de mostarda

created Aug 7th 2023, 20:46 by joao nicanor


1


Rating

1345 words
0 completed
00:00
   é sentimento instintivo que nasce com o espírito. Crença inata, impulso íntimo fundamentado na “certeza absoluta” de que o Poder Divino, em toda e qualquer situação, está sempre promovendo e ampliando nosso crescimento pessoal. Essa convicção inabalável na “Sabedoria Divina”, que é a própria Inteligência que rege a tudo e a todos, atinge sua plenitude nas criaturas mais evoluídas. Tais valores se encontravam inicialmente em estado embriomírio e, ao longo das encarnações sucessivas, estruturaram-se entre as experiências do sentimento e do raciocínio.        Como em todas as manifestações de progresso, também esse impulso intuitivo do ser humano ligado às faixas da é resultado de um desenvolvimento lento e progressivo.        Por exemplo, a criança não pode manifestar a habilidade de falar, sem ter atravessado as fases básicas da fonética, isto é, resmungar, balbuciar, soletrar e silabar.        Desse modo, o ser imaturo, apesar de criado com esse sentimento instintivo da fé, também atravessa um vasto período de desenvolvimento, que não se por mudanças abruptas, mas por uma série de sensações e percepções, às vezes mais ou menos demoradas, conforme a vontade e a determinação do próprio espírito. Consequentemente, a plena não é conquista repentina que aparece quando queremos; é também trabalho desenvolvido e assimilado ao longo do tempo. Ela pulsa em todas as criaturas vivas e agita-se nas menores criações do Universo. Encontra-se na renovação do mineral rompido, que se restaura a si mesmo; aparece no fototropismo das plantas em crescimento; impulsiona o “relógio interno”, que incita as aves a efetuar suas migrações, quase na mesma época em todos os anos; aguça o “regresso ao lar”, ou seja, estrutura a capacidade de orientação e localização observada em certos animais domésticos. A também estimula o homem selvagem a nutrir a crença na existência de um ser supremo, que eles adoram nos fenômenos e elementos da Natureza. Entendemos, dessa forma, que a não equivale a uma “muleta vantajosa” que nos ajuda somente em nossas etapas difíceis, nem “providências de última hora” para alcançarmos nossos caprichos imediatistas. Ter é auscultar e perceber as “verdadeiras intenções” da ação divina em nós e, acima de tudo, é o discernimento de que tudo está absolutamente certo. Nada está errado conosco, pois o que chamamos de “imperfeição” no  50 mundo são apenas as lições não aprendidas ou não entendidas, que precisam ser recapituladas, a fim de que possamos nos conhecer melhor, assim como as leis que regem nossa existência. Ter em Deus é reconhecer que a Natureza, “Arte Divina”, garante nossa própria evolução. Mesmo quando tudo pareça ruir em nossa volta, é ainda a amplamente desenvolvida que nos dará a certeza de que, mesmo assim, estaremos sempre ganhando, ainda que momentaneamente não possamos decifrar o ganho com clareza e nitidez. No Universo nada existe que não tenha sua razão de ser. Tudo aquilo que parece desastroso e negativo em nossa existência, nada mais é que a vida articulando caminhos, para que possamos chegar onde estão nossos reais anseios de progresso, felicidade e prazer. A criatura que aprendeu a ver o encadear dos fatos de sua vida, além de cooperar e fluir com ela, percebe que aquilo que lhe parecia negativo era apenas um “caminho preparatório” para alcançar posteriormente um Bem Maior e defnitivo para si mesma. As grandes tragédias não significam castigos e punições, porém maiores possibilidades futuras para a obtenção de uma melhoria de vida íntima e, paralelamente, de plenitude existencial. Em face dessas realidades, a aperfeiçoada faz com que possamos avaliar em todas as ocorrências uma constante renovação enriquecedora. Quando todas as árvores estão despidas, é que se inicia um novo ciclo em que elas reúnem suas forças embrionárias e instintivas da para novamente se vestir de folhas, flores e frutos. Tudo na Natureza obedece a “ritmos”. São processos da vida em ação. No final de um ciclo, nossa energia declina para, logo em seguida, reunirmos mais forças para uma nova incursão renovadora. A cada nova etapa de crescimento, talvez nos sintamos temerosos e inseguros, a exemplo de certos animais que perdem momentaneamente seus revestimentos protetores. Depois, no entanto, nos sentiremos melhor adaptados, ao nos cobrirmos com elementos e estruturas mais eficientes, e que nos permitam prosseguir mais ajustados em nosso novo estágio evolutivo. Assim acontece com todos. Seremos atingidos por um “sereno bem-estar” quando visualizarmos antecipadamente as por vindouras oportunidades de reconforto, prosperidade e segurança que a vida nos trará após atravessarmos os “ciclos amargos” do renascimento interior. A confiança em que tudo está justo e certo e em que não nada a fazer, a não ser melhorar o nosso próprio modo de ver e entender as coisas, alicerça-se nas palavras de Jesus: “até os fios de cabelo da nossa cabeça estão todos contados”(1). É a convicção perfeitamente ajustada a uma compreensão ilimitada dos desígnios infalíveis e corretos da Providência Divina. Em muitas ocasiões, somente usando os recursos interpretativos da fé, nos grandes choques e tragédias, é que podemos notar o “processo de atualização” que a vida nos oferece, porquanto o significado de um acontecimento é captado em plenitude apenas quando “decifrado”. É o único caminho que nos permitirá encontrar a verdadeira compreensão e entendimento dos fatos em si. Entretanto, quando não traduzimos no decorrer dos acontecimentos nossos episódios existenciais, sentimos que nossa vida vai-se tornando  51 inexpressiva, sem nenhum sentido, porque vamos perdendo contato com as mensagens silenciosas e sábias que a vida nos endereça. Aqui estão algumas interpretações de fatos aparentemente negativos, quando na realidade são profundamente positivos: Para vencermos a doença é necessário interpretar o que o sintoma quer-nos alertar sobre o que precisamos fazer ou mudar para harmonizar nosso psiquismo descontrolado. Sucessivos acontecimentos de “abandono” e “decepção” em nossa vida são mensagens silenciosas alertando-nos que nosso “grau de ilusão” ultrapassou os limites permitidos. Perda de criaturas queridas pode ser a lição que nos vai livrar de atitudes possessivas e de apegos patológicos, tanto para quem parte como para quem fica. Alucinação e loucura podem nos adestrar para maiores valorizações da realidade, afastando-nos de fantasias e aparências. Vícios de qualquer matiz podem estabelecer nos indivíduos normas corretivas na vida interior, a fim de que aprendam a lidar e a controlar melhor suas emoções e sentimentos. Traição afetiva pode nos exercitar na fiscalização de nosso “grau de confiabilidade” e “vulnerabilidade” perante os outros. Desprezo ou desconsideração podem ser emissões educativas, impulsionando-nos a um maior amor a nós próprios. O ser humano de não é crédulo nem fanático; é antes o indivíduo que distingue os lucros e vantagens inseridos nos processos da vida. Compreende a seqüência de fatos interconectados aprimorando-se paulatinamente para intensificar sua estabilidade e harmonia e, como conseqüência, seu engrandecimento espiritual. Em síntese, a como força instintiva da alma guarda em si possibilidades transcendentes e poderes infinitos. Ao ampliá-la, o homem se potencializa vigorosamente, fluindo e contribuindo com o próprio ritmo da vida como um todo. O “grão de mostarda”, na comparação de Jesus Cristo, representa a minúscula semente como sendo o “impulso imanente” que começa a se formar no “princípio inteligente”, nos primeiros degraus dos reinos da Natureza. Ao longo dos tempos, se transmuta, desenvolvendo potencialidades inatas, e, futuramente, se transforma num ser completo e de ações poderosas. Devemos compreender, por fim, que o “poder da fé” realmente “transporta montanhas” e que para o espírito nada é inacessível, pois, quando percebe a razão de tudo e interpreta com exatidão a sabedoria de Deus, a vida para ele não tem fronteiras. Ao ampliarmos nossa consciência na fé, sentiremos uma inefável serenidade íntima, porque conseguimos entender perfeitamente que, no Universo, tudo está “como deve ser”; não existe atraso nem erro, somente a manutenção e a segurança do “Poder Divino” garantindo a estabilidade e o aperfeiçoamento de suas criaturas e criações.  (1) Lucas 12:7  

saving score / loading statistics ...